Turismo e crueldade

A exploração animal está por toda parte, em todos os continentes, com seus zoológicos, rodeios, cachorros puxadores de trenó na neve, touradas, vaquejadas, “shows” de “elefantes artistas”, charretes puxadas por cavalos ou outros animais, macacos “amestrados”, festa do peão, “parques temáticos”... uma lista infinita de “atrações” criadas por corporações que vivem de explorar os animais.

Cada vez mais as agências de viagem incluem em seus roteiros atividades em locais onde se promove o contato das pessoas com os animais, como nadar com golfinhos confinados, afagar leões e tigres, montar em elefantes ou camelos, fazer selfies com pássaros raros e animais “exóticos”.

É armado um cenário onde tudo parece encantado e mágico, mas principalmente cercado de normalidade e legitimidade, em que o turista se vê desembolsando seu dinheiro sem saber que está financiando um circo de horrores. Certamente é alguém que ficaria chocado se pudesse assistir ao que se passa nos bastidores.

Mas o que está por trás não se vê, ninguém conta, e a razão é a de que ali não tem encanto algum pra ser visto. Ao contrário. Ali tem um ser vivo dotado de inumeráveis peculiaridades e capacidades, que foi capturado, e para ser subjugado foi espancado, viu sua vida se transformar numa prisão e se tornou um animal triste, submetido a uma vida miserável e artificial, privado de exercer seus instintos e da convivência com seus pares ou familiares, isolado numa jaula, acorrentado, dopado para neutralizar seu instinto selvagem. 

Por isso, nas suas férias, se você boicotar esses passeios já estará dando um bom passo. Foi também por isso que o Circo americano Ringling Bros faliu, ninguém mais queria ver animais no picadeiro.



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